domingo, 14 de março de 2010

ESTUDANTES REALIZAM MANIFESTAÇÃO PELA REDUÇÃO DA PASSAGEM E SÃO AGREDIDOS PELA PM E GUARDA MUNICIPAL (COM COMENTÁRIO DE TADEU)



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Na tarde desta terça-feira, dia 9 de março, estudantes capixabas universitários e secundaristas realizaram manifestação em Vitória exigindo a redução da passagem e a democratização do Conselho Tarifário.

Durante o protesto, os estudantes ocuparam parcialmente a Avenida Beira Mar, caminhando da Prefeitura Municipal até a sede da Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV), onde pretendiam ocupar toda a avenida, a fim de realizar um Júri Popular sobre a calamidade do sistema de transporte público coletivo da Grande Vitória.

Entretanto, em frente à Ceturb, no momento em que os estudantes iniciaram o ato sentados na pista, Policiais Militares e Guardas Municipais começaram a agredir os participantes e a retirá-los à força. Conforme imagens divulgadas no Jornal ES TV Segunda edição, de A Gazeta, os estudantes foram, violentamente, arrastados pelo asfalto. As cenas mostram a truculência dos agentes de segurança pública, do Estado e da capital, quando um secundarista menor de idade é agarrado pelos cabelos e pés e tem o corpo arremessado há metros de distância.

De acordo com Vítor César Noronha, do Diretório Central dos Estudantes da Ufes (DCE/Ufes), ao contrário do que a Ceturb vem divulgando, os estudantes não foram atendidos pela empresa. “É um absurdo toda essa violência e descaso. No mês passado, quando ocupamos o prédio do Setpes, foi feito um acordo que, posteriormente, tanto o Setpes quanto a Ceturb se negaram a cumprir”, explica Vítor César.

O acordado entre os manifestantes e as empresas de transporte (Ceturb e Setpes) era a realização de uma reunião do Cotar (Conselho Tarifário) com participação de uma Comissão (formada por trabalhadores e estudantes do movimento) para debater sobre as reivindicações apresentadas no manifesto do movimento.

“Fomos à Ceturb na data sugerida para a reunião, mas não fomos atendidos. Eles não cumpriram o compromisso assumido com o movimento e continuam tratando com descaso nossas reclamações, por isso nos mobilizamos para mais uma manifestação. E faremos quantos protestos forem necessários até que eles atendam nossas reivindicações”, afirma Vítor César.

As principais reivindicações do movimento são a redução imediata da tarifa das passagens, a concessão de passe-livre para estudantes e desempregados e a democratização do Conselho Tarifário, com maior representação da sociedade civil organizada.

Além disso, o movimento questiona também o atual modelo de transporte público coletivo. “É necessário colocar em debate o modelo de transporte que temos hoje. Não podemos aceitar que nosso direito de ir e vir seja tratado dessa forma. Queremos um transporte coletivo realmente público, de qualidade, onde os usuários possam viajar com segurança, conforto e agilidade”, ressalta.

Karina Moura

Comentário:

"Estive na manifestação. É um absurdo que ainda hoje, depois das experiências autoritárias e depois das experiências recentes de 2005, o estado continue tratando manifestações pacíficas, greves e demais ações reivindicatórias com tais níveis de truculência.

Não dizem que atrapalham a "vida cotidiana do cidadão comum" quando o prefeito ou o governador acaba com uma rua para fazer canteiro, quando abrem-se buracos a torto e a direito, quandoinvestem em obras superfaturadas intermináveis. A Praia de Camburí começou a ser feita ainda na gestão de Luiz Paulo na prefeitura, depois de 8 anos de João Coser ainda está inacabada e causando transtorno no transito até hoje.

O Movimento continuará nas ruas. Porque algumas pessoas mais tacanhas acreditam que apenas as reivindicações do povo "atrapalham" a vida de alguém?"

Tadeu Guerzet


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