segunda-feira, 15 de março de 2010

JUVENTUDE DE LUTA COM MARTINIANO

O blog do Martiniano publicou no primeiro dia do mês de março o texto de Tadeu Guerzet apoiando a sua candidatura. O texto segue abaixo, mas você também pode ver direto no blog do Martiniano clicando aqui.

"O PSOL está às vésperas de definir quem será seu candidato a presidente da república. Esta definição será a mais importante da conferência eleitoral, visto que, infelizmente, a política brasileira é tradicionalmente focalizada em personalidades, e não nos partidos.

Esta eleição terá um significado grande para nós. Estaremos fragilizados sem um nome de expressão como Heloísa Helena, que irá agora garantir a representação do PSOL no senado por 8 anos e podendo ser candidata a presidente novamente numa situação muito mais privilegiada.

Um dos principais motivos pelo qual a juventude deve estar com Martiniano, em minha opinião, é porque essa juventude é quem será responsável por carregar a construção do PSOL nas costas durante este período desgraçado de estabilização e de descenso que atravessaremos. A “JUVSOL” de hoje é quem estará presente e deverá ser capaz de transformar este nosso pequeno partido numa ferramenta que conquista a confiança do povo, que dê respostas e tenha musculatura para protagonizar um processo de levante das massas no Brasil.

Dessa forma, é preciso pensar quais tarefas precisam ser cumpridas neste processo eleitoral.

Precisamos consolidar novas lideranças para este partido, que se propõe a cumprir tão difícil tarefa. Precisamos, através de nossas figuras públicas conquistar a confiança do povo, fazendo uma utilização revolucionária dos parlamentos reacionários, como dizia Lenin. Precisamos consolidar o PSOL em regiões diferentes do Brasil. O PSOL não pode ser apenas um partido de SP, RS e RJ. Precisamos, acima de tudo, que o nosso candidato a presidente da República este ano, possa se utilizar do acúmulo deste processo resultante da exposição de seu nome, para continuar cumprindo tarefas para o PSOL, se apresentando como candidato novamente em outras eleições independente do cargo que concorra.

É por isso que, acertadamente, João Alfredo optou por ser candidato no Ceará e manter seu mandato. É por isso que, acertadamente Edmilson Rodrigues optou por ser candidato no Pará e manter seu mandado. É por isso que Ivan Valente optou por ser candidato em SP, Luciana Genro no RS, Chico Alencar no RJ, e é por isso também que nosso candidato a presidente precisa ser Martiniano, para cavarmos dentro da institucionalidade burguesa a construção de uma nova trincheira do PSOL que não deixará suas tarefas partidárias depois de outubro.

Por exemplo, a candidatura de Heloísa Helena a presidente da república garantiu a ela visibilidade suficiente para que, nas eleições seguintes, saísse candidata a vereadora no município de Maceió e para que fizesse 29.516 votos e elegesse com ela Ricardo Barbosa que havia feito 453 votos, mas que vem se destacando e ganhando referência na sociedade Alagoana como parlamentar de esquerda, honesto e de luta. Com Heloísa Helena entrando no senado, teremos a oportunidade de começar a construir mais um nome do PSOL na sociedade, o suplente do PSOL poderá ter esta oportunidade de se destacar como liderança socialista no parlamento.

Com dois vereadores em Maceió, a representação do PSOL é maior que a do DEM, do PSB, do PCdoB, do PSDB e do PT! Isso sim é enfrentar o poder e combater de verdade. Isso sim faz a direita tremer, quando retiramos deles seus privilégios políticos.

A juventude do PSOL precisa que esta candidatura nacional apresente continuidade em outras lutas, e essa resposta a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio não é capaz de dar, infelizmente. O próprio Plínio afirmou que esta será sua última tarefa como militante de esquerda. Infelizmente.

Todos sabem da grandiosidade do nome de Plínio e o quanto ele é importante para o nosso partido e para demonstrar a nós, jovens, que a chama revolucionária é imortal e que os sonhos não envelhecem. Como eu mesmo já disse, Plínio de Arruda Sampaio é um dos militantes que eu mais admiro dentro do PSOL. Mas como candidato a presidente, ele não cumpre a função necessária.

Do que serviria a candidatura de Plínio?

Para buscar hipoteticamente um apoio de alguns intelectuais e movimentos sociais, da mesma forma como tentamos com César Benjamin na eleição anterior? Tentaremos consolidar o nosso partido para disputar o Brasil utilizando sempre as mesmas táticas erradas, baseadas nas hipóteses e análises equivocadas e, tentando influenciar setores inteiros da sociedade utilizando um nome da menor corrente de um dos menores partidos do Brasil, o PSOL?

Martiniano têm condições para potencializar a campanha presidencial com vigor, acompanhando as candidaturas proporcionais nos estados e, na próxima eleição, retornar a campo com uma candidatura alavancada pela corrida presidencial e pela situação privilegiada de onde encaramos o debate contra PT, PSDB e Marina Silva. Será capaz de cobrar de Marina Silva respostas sobre conversas entre o PSOL e o PV que ele, Martiniano, não se furtou de fazer, como dirigente partidário que é.

Este perfil garantirá a nós irmos para esta eleição capazes de acumular política. Poderemos fortalecer o PSOL em regiões diferentes, preparar novos mandatos parlamentares para que possamos preparar nossos novos quadros para enfrentar esta conjuntura de defensiva. Isso significará que poderemos indicar alguma referência quando nos perguntarem quem é do PSOL.

Para restabelecer seus vínculos com os movimentos sociais, com as massas e com a disputa de consciência na sociedade, não adianta ter um partido que seja capaz única e exclusivamente de afirmar seus princípios para as paredes. Do que adianta ter uma candidatura com único propósito de afirmar em poucos minutos na televisão que estas pessoas, desempregadas, sem comida, sem dinheiro e sem acesso à educação, precisam ser socialistas como nós. Que uma jovem liderança quilombola, ou de um bairro ou comunidade urbana, que resolva entrar hoje no PSOL para se lançar candidata, deva ter o nosso espírito de sacrifício, optando pelo PSOL mesmo nunca tendo condições de ganhar, eternamente sem legenda e sem condições sequer de causar preocupação aos políticos da burguesia hoje no poder! Com o único objetivo de demonstrar à opinião pública como somos bons.

Se hoje quem influencia de verdade os movimentos sociais é o PT, isso se dá porque o PT tem parlamento, tem institucionalidade. O PT tem um posto privilegiado para estabelecer suas relações com os movimentos sociais. Nenhum discurso é capaz de influenciar setores por si só.

Convencer uma pessoa comum do espírito de abnegação que nós temos é difícil. Que aquele cidadão comum não pode vender o voto para o candidato que lhe oferece uma “contra-partida”, porque os honestos mesmo somos nós! Que um trabalhador comum não pode votar em Paulo Hartung, em José Serra, em Lula porque somos nós o bastião da boa vontade. Convencer este trabalhador que ele precisa votar num candidato cheio de boas intenções, mas que jamais ganhará alguma eleição no restante da pouca vida que lhe sobra. Isso tudo em poucos minutos de TV e antes da novela e do Big Brother!

Nosso vínculo com as massas serão restabelecidos a partir de experiências concretas que nós precisaremos viver com as massas, e não experiências terceirizadas aos movimentos com quem morreremos tentando convencer a se aliarem conosco oferecendo à eles única e exclusivamente discurso!

Uma candidatura não é um objetivo em si só, não é uma “experiência concreta com o povo”. Um mandato pode ser. Menosprezar isso enchendo a boca para falar abstratamente que a “saída são os movimentos sociais”, não responde a questão.

Hoje no PSOL quem mais repete o mito de que não devemos nos preocupar com eleições e que a “saida está nos movimentos sociais” é justamente quem está mais afastado de tais movimentos. Pois não compreendem a dialética existente em política e a relação necessária que os movimentos sociais estabelecem com a institucionalidade. Ainda recorrendo a Lênin que disse uma vez aos esquerdistas que seus preconceitos parlamentares não passavam disso, de preconceitos.

Por isso a juventude precisar estar com Martiniano. Construindo, concomitante ao PSOL, suas lideranças. Um nome que não pretende concluir suas tarefas no PSOL em outubro, depois do Plim-plim da Rede Globo."

Tadeu Geurzet

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