domingo, 19 de setembro de 2010

Primeiro a notícia:

O Corinthians construirá um estadio em São Paulo em parceria com a Odebretch, que terá o "name rigth", ou seja, receberá o nome do estádio. A principio o estadio teria espaço para 48 mil lugares, porém, para receber os jogos da copa do mundo, deverá ampliar para mais 20 mil lugares. Ampliação esssa que será para do bolso do próprio Corinthians.
O valor total da obra está estimado em 350 milhões de reais.

Agora o comentário:

O presidente do Corinthians, Andres Sanchez, afirou, Não haverá dinheiro público gasto na construção do novo estádio que será construido.
Também, nem precisa. Estima-se que apenas com os gastos com reformas de estádios pelo Brasil a fora para garantir a copa do mundo no Brasil, foram mais de 2 Bilhões. Diga-se de passagem, provavelmente superfaturadas, todas.

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segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Marcha Imperial

Empenhado na campanha de seu sucessor, Paulo Hartung roda o ES incansavelmente visitando municípios e, em quase todas as visitas, entregando máquinas e tratores para os prefeitos. Beirando a campanha, isso é, óbviamente, campanha eleitoral indevida com dinheiro público, mas, como vivemos num império, não existe justiça para resolver isso. Cabe a nós votar contra essa máfia e nos organizar para combater o próximo governo com o povo organizado em nossos sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais e populares diversos.

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quinta-feira, 22 de julho de 2010

BRASIL, UM PAÍS DE POUCOS!!!

As novidades da semana que valem a pena ler e discutir!

Enquanto a polícia procura a ex-amante do Bruno, enquanto o flamengo escala outro goleiro, enquanto a CBF decide se terá ou não jogos no Morumbi nas olimpiadas do Brasil... novidades interessantes devem ser destacadas essa semana!

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terça-feira, 13 de julho de 2010

CAI O REI DE OUROS

Dizem que o rei de ouros representa a figura do imperador Júlio César. Júlio César imortalizou-se por sua liderança política, por estender os limites do império romano e por perseguir suas oposições. César também é conhecido por sua exótica morte, assassinado no senado num conluio do qual participou Brutus, seu protegido.

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segunda-feira, 12 de julho de 2010

BRASIL DÁ ADEUS À COPA!

A imprensa caiu sobre Felipe Melo como o responsável pelo mau desempenho do Brasil na África do Sul. Tenho minhas dúvidas.
Felipe Melo foi convocado para atuar como meia-volante e, na minha opinião, foi o melhor meia-volante dos testados em campo. Demonstrou qualidade no passe (lindo lançamento para gol de Robinho) e marcação forte, infelizmente, seu destempero fez com que fosse expulso por agressão.

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domingo, 30 de maio de 2010

"LIBERDADE"

quarta-feira, 26 de maio de 2010

ARACRUZ, lugar de toda a injustiça!

Quando uma cidade atrasada do interior de um estado atrasado possui em "mãos" um orçamento de cidade grande, ao mesmo tempo que se desenvolve de maneira abrupta, conserva inúmeros vícios conservadores do atraso. Preconceito, corrupção, impunidade, injustiça e desigualdades sociais (coisas que tem em qualquer lugar do mundo capitalista, mas que em uma cidade pequena com muito dinheiro disponível, tudo se amplifica) além de outro problema conhecido, a conivencia com a poluição de massa causado pelos grandes empreendimentos.

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quinta-feira, 20 de maio de 2010

ESCALAÇÃO PESADA EM EUROS!

A estrela é Kaká, que eu, particularmente, não gosto.

É um dos jogadores milionários do milionário clube “Real Madrid”, da Espanha, e, diga-se de passagem, está jogando de maneira desprezível no Real e no real. Kaká dribla pouco e não possui lançamentos plásticos geniais como os do Ronaldinho Gaúcho. A jogada clássica de Kaká é dar uns passos largos com a bola e chutar de longe para o gol que, muitas vezes acerta, ok, vá lá... mas ultimamente tem errado muito. Mas ainda assim é pouco para um “camisa 10” (estrela) de seleção brasileira.

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sábado, 15 de maio de 2010

PATRIOTISMO DE CHUTEIRAS

Tadeu Guerzet

Mais uma copa do mundo, mais uma convocação e mais um(a) presidente(a) será eleito(a) este ano. Momento propício para a retomada do velho patriotismo de chuteiras: Brasil, tudo verde e amarelo! “Samba, mulata e futebol” ocupando o imaginário da classe trabalhadora que se contenta: tudo vai mal, mas o meu país é o país do carnaval, pentacampeão mundial. Apesar da precarização dos empregos cada vez maior, apesar do desaparecimento paulatino da carteira de trabalho e apesar da violência, concentração de renda e o desemprego.

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quarta-feira, 14 de abril de 2010

TERRA PARA QUEM NELA VIVE!

Este final de semana estivemos em Aracruz acompanhando o drama da comunidade da Portelinha.
Trata-se de uma área da prefeitura que havia sido doada ao Polo Industrial da cidade. A instalação do polo deixou de lado um pequeno trecho que não tinha utilidade. Depois disso, 160 familias foram, ao longo de 4 anos, se instalando vivendo, se juntando, trabalhando na Portelinha.
A região é muito bem cuidada, limpa, não possui problemas com tráfico de drogas e nem violência. Muitas casas plantam hortas e pés de árvores frutiferas.

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sábado, 27 de março de 2010

PH: DO MITO DO"FICO" AO POSSÍVEL “QUEREMISMO”

“O Dia do Fico deu-se em 9 de janeiro de 1822 quando o então príncipe regente D. Pedro de Alcântara foi contra as ordens das Cortes Portuguesas que exigiam sua volta a Lisboa, ficando no Brasil.

Por volta de 1821, quando as Cortes Gerais e Extraordinárias na Nação Portuguesa demonstraram a idéia de transformar o Brasil de novo numa colônia, os liberais radicais se uniram ao Partido Brasileiro tentando manter a autoridade do Brasil. As Cortes mandaram uma nova decisão enviada para o príncipe regente D. Pedro de Alcântara. Uma das exigências era seu retorno imediato a Portugal.

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terça-feira, 23 de março de 2010

QUARESMEIRAS X EUCALIPTOS

Destruíram nossas quaresmeiras, mas não impedirão nossa primavera!

A Mata Atlântica é uma das florestas mais devastadas do Brasil. Cerca de apenas 7% de sua área original permanece de pé.

Este final de semana fiz uma incursão pelo município de João Neiva-ES, passando por um dos trechos mais bonitos que já vi nesses estradões do interior (que não foram poucos).

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segunda-feira, 15 de março de 2010

JUVENTUDE DE LUTA COM MARTINIANO

O blog do Martiniano publicou no primeiro dia do mês de março o texto de Tadeu Guerzet apoiando a sua candidatura. O texto segue abaixo, mas você também pode ver direto no blog do Martiniano clicando aqui.

"O PSOL está às vésperas de definir quem será seu candidato a presidente da república. Esta definição será a mais importante da conferência eleitoral, visto que, infelizmente, a política brasileira é tradicionalmente focalizada em personalidades, e não nos partidos.

Esta eleição terá um significado grande para nós. Estaremos fragilizados sem um nome de expressão como Heloísa Helena, que irá agora garantir a representação do PSOL no senado por 8 anos e podendo ser candidata a presidente novamente numa situação muito mais privilegiada.

Um dos principais motivos pelo qual a juventude deve estar com Martiniano, em minha opinião, é porque essa juventude é quem será responsável por carregar a construção do PSOL nas costas durante este período desgraçado de estabilização e de descenso que atravessaremos. A “JUVSOL” de hoje é quem estará presente e deverá ser capaz de transformar este nosso pequeno partido numa ferramenta que conquista a confiança do povo, que dê respostas e tenha musculatura para protagonizar um processo de levante das massas no Brasil.

Dessa forma, é preciso pensar quais tarefas precisam ser cumpridas neste processo eleitoral.

Precisamos consolidar novas lideranças para este partido, que se propõe a cumprir tão difícil tarefa. Precisamos, através de nossas figuras públicas conquistar a confiança do povo, fazendo uma utilização revolucionária dos parlamentos reacionários, como dizia Lenin. Precisamos consolidar o PSOL em regiões diferentes do Brasil. O PSOL não pode ser apenas um partido de SP, RS e RJ. Precisamos, acima de tudo, que o nosso candidato a presidente da República este ano, possa se utilizar do acúmulo deste processo resultante da exposição de seu nome, para continuar cumprindo tarefas para o PSOL, se apresentando como candidato novamente em outras eleições independente do cargo que concorra.

É por isso que, acertadamente, João Alfredo optou por ser candidato no Ceará e manter seu mandato. É por isso que, acertadamente Edmilson Rodrigues optou por ser candidato no Pará e manter seu mandado. É por isso que Ivan Valente optou por ser candidato em SP, Luciana Genro no RS, Chico Alencar no RJ, e é por isso também que nosso candidato a presidente precisa ser Martiniano, para cavarmos dentro da institucionalidade burguesa a construção de uma nova trincheira do PSOL que não deixará suas tarefas partidárias depois de outubro.

Por exemplo, a candidatura de Heloísa Helena a presidente da república garantiu a ela visibilidade suficiente para que, nas eleições seguintes, saísse candidata a vereadora no município de Maceió e para que fizesse 29.516 votos e elegesse com ela Ricardo Barbosa que havia feito 453 votos, mas que vem se destacando e ganhando referência na sociedade Alagoana como parlamentar de esquerda, honesto e de luta. Com Heloísa Helena entrando no senado, teremos a oportunidade de começar a construir mais um nome do PSOL na sociedade, o suplente do PSOL poderá ter esta oportunidade de se destacar como liderança socialista no parlamento.

Com dois vereadores em Maceió, a representação do PSOL é maior que a do DEM, do PSB, do PCdoB, do PSDB e do PT! Isso sim é enfrentar o poder e combater de verdade. Isso sim faz a direita tremer, quando retiramos deles seus privilégios políticos.

A juventude do PSOL precisa que esta candidatura nacional apresente continuidade em outras lutas, e essa resposta a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio não é capaz de dar, infelizmente. O próprio Plínio afirmou que esta será sua última tarefa como militante de esquerda. Infelizmente.

Todos sabem da grandiosidade do nome de Plínio e o quanto ele é importante para o nosso partido e para demonstrar a nós, jovens, que a chama revolucionária é imortal e que os sonhos não envelhecem. Como eu mesmo já disse, Plínio de Arruda Sampaio é um dos militantes que eu mais admiro dentro do PSOL. Mas como candidato a presidente, ele não cumpre a função necessária.

Do que serviria a candidatura de Plínio?

Para buscar hipoteticamente um apoio de alguns intelectuais e movimentos sociais, da mesma forma como tentamos com César Benjamin na eleição anterior? Tentaremos consolidar o nosso partido para disputar o Brasil utilizando sempre as mesmas táticas erradas, baseadas nas hipóteses e análises equivocadas e, tentando influenciar setores inteiros da sociedade utilizando um nome da menor corrente de um dos menores partidos do Brasil, o PSOL?

Martiniano têm condições para potencializar a campanha presidencial com vigor, acompanhando as candidaturas proporcionais nos estados e, na próxima eleição, retornar a campo com uma candidatura alavancada pela corrida presidencial e pela situação privilegiada de onde encaramos o debate contra PT, PSDB e Marina Silva. Será capaz de cobrar de Marina Silva respostas sobre conversas entre o PSOL e o PV que ele, Martiniano, não se furtou de fazer, como dirigente partidário que é.

Este perfil garantirá a nós irmos para esta eleição capazes de acumular política. Poderemos fortalecer o PSOL em regiões diferentes, preparar novos mandatos parlamentares para que possamos preparar nossos novos quadros para enfrentar esta conjuntura de defensiva. Isso significará que poderemos indicar alguma referência quando nos perguntarem quem é do PSOL.

Para restabelecer seus vínculos com os movimentos sociais, com as massas e com a disputa de consciência na sociedade, não adianta ter um partido que seja capaz única e exclusivamente de afirmar seus princípios para as paredes. Do que adianta ter uma candidatura com único propósito de afirmar em poucos minutos na televisão que estas pessoas, desempregadas, sem comida, sem dinheiro e sem acesso à educação, precisam ser socialistas como nós. Que uma jovem liderança quilombola, ou de um bairro ou comunidade urbana, que resolva entrar hoje no PSOL para se lançar candidata, deva ter o nosso espírito de sacrifício, optando pelo PSOL mesmo nunca tendo condições de ganhar, eternamente sem legenda e sem condições sequer de causar preocupação aos políticos da burguesia hoje no poder! Com o único objetivo de demonstrar à opinião pública como somos bons.

Se hoje quem influencia de verdade os movimentos sociais é o PT, isso se dá porque o PT tem parlamento, tem institucionalidade. O PT tem um posto privilegiado para estabelecer suas relações com os movimentos sociais. Nenhum discurso é capaz de influenciar setores por si só.

Convencer uma pessoa comum do espírito de abnegação que nós temos é difícil. Que aquele cidadão comum não pode vender o voto para o candidato que lhe oferece uma “contra-partida”, porque os honestos mesmo somos nós! Que um trabalhador comum não pode votar em Paulo Hartung, em José Serra, em Lula porque somos nós o bastião da boa vontade. Convencer este trabalhador que ele precisa votar num candidato cheio de boas intenções, mas que jamais ganhará alguma eleição no restante da pouca vida que lhe sobra. Isso tudo em poucos minutos de TV e antes da novela e do Big Brother!

Nosso vínculo com as massas serão restabelecidos a partir de experiências concretas que nós precisaremos viver com as massas, e não experiências terceirizadas aos movimentos com quem morreremos tentando convencer a se aliarem conosco oferecendo à eles única e exclusivamente discurso!

Uma candidatura não é um objetivo em si só, não é uma “experiência concreta com o povo”. Um mandato pode ser. Menosprezar isso enchendo a boca para falar abstratamente que a “saída são os movimentos sociais”, não responde a questão.

Hoje no PSOL quem mais repete o mito de que não devemos nos preocupar com eleições e que a “saida está nos movimentos sociais” é justamente quem está mais afastado de tais movimentos. Pois não compreendem a dialética existente em política e a relação necessária que os movimentos sociais estabelecem com a institucionalidade. Ainda recorrendo a Lênin que disse uma vez aos esquerdistas que seus preconceitos parlamentares não passavam disso, de preconceitos.

Por isso a juventude precisar estar com Martiniano. Construindo, concomitante ao PSOL, suas lideranças. Um nome que não pretende concluir suas tarefas no PSOL em outubro, depois do Plim-plim da Rede Globo."

Tadeu Geurzet

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domingo, 14 de março de 2010

ESTUDANTES REALIZAM MANIFESTAÇÃO PELA REDUÇÃO DA PASSAGEM E SÃO AGREDIDOS PELA PM E GUARDA MUNICIPAL (COM COMENTÁRIO DE TADEU)



Link Youtube

Na tarde desta terça-feira, dia 9 de março, estudantes capixabas universitários e secundaristas realizaram manifestação em Vitória exigindo a redução da passagem e a democratização do Conselho Tarifário.

Durante o protesto, os estudantes ocuparam parcialmente a Avenida Beira Mar, caminhando da Prefeitura Municipal até a sede da Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV), onde pretendiam ocupar toda a avenida, a fim de realizar um Júri Popular sobre a calamidade do sistema de transporte público coletivo da Grande Vitória.

Entretanto, em frente à Ceturb, no momento em que os estudantes iniciaram o ato sentados na pista, Policiais Militares e Guardas Municipais começaram a agredir os participantes e a retirá-los à força. Conforme imagens divulgadas no Jornal ES TV Segunda edição, de A Gazeta, os estudantes foram, violentamente, arrastados pelo asfalto. As cenas mostram a truculência dos agentes de segurança pública, do Estado e da capital, quando um secundarista menor de idade é agarrado pelos cabelos e pés e tem o corpo arremessado há metros de distância.

De acordo com Vítor César Noronha, do Diretório Central dos Estudantes da Ufes (DCE/Ufes), ao contrário do que a Ceturb vem divulgando, os estudantes não foram atendidos pela empresa. “É um absurdo toda essa violência e descaso. No mês passado, quando ocupamos o prédio do Setpes, foi feito um acordo que, posteriormente, tanto o Setpes quanto a Ceturb se negaram a cumprir”, explica Vítor César.

O acordado entre os manifestantes e as empresas de transporte (Ceturb e Setpes) era a realização de uma reunião do Cotar (Conselho Tarifário) com participação de uma Comissão (formada por trabalhadores e estudantes do movimento) para debater sobre as reivindicações apresentadas no manifesto do movimento.

“Fomos à Ceturb na data sugerida para a reunião, mas não fomos atendidos. Eles não cumpriram o compromisso assumido com o movimento e continuam tratando com descaso nossas reclamações, por isso nos mobilizamos para mais uma manifestação. E faremos quantos protestos forem necessários até que eles atendam nossas reivindicações”, afirma Vítor César.

As principais reivindicações do movimento são a redução imediata da tarifa das passagens, a concessão de passe-livre para estudantes e desempregados e a democratização do Conselho Tarifário, com maior representação da sociedade civil organizada.

Além disso, o movimento questiona também o atual modelo de transporte público coletivo. “É necessário colocar em debate o modelo de transporte que temos hoje. Não podemos aceitar que nosso direito de ir e vir seja tratado dessa forma. Queremos um transporte coletivo realmente público, de qualidade, onde os usuários possam viajar com segurança, conforto e agilidade”, ressalta.

Karina Moura

Comentário:

"Estive na manifestação. É um absurdo que ainda hoje, depois das experiências autoritárias e depois das experiências recentes de 2005, o estado continue tratando manifestações pacíficas, greves e demais ações reivindicatórias com tais níveis de truculência.

Não dizem que atrapalham a "vida cotidiana do cidadão comum" quando o prefeito ou o governador acaba com uma rua para fazer canteiro, quando abrem-se buracos a torto e a direito, quandoinvestem em obras superfaturadas intermináveis. A Praia de Camburí começou a ser feita ainda na gestão de Luiz Paulo na prefeitura, depois de 8 anos de João Coser ainda está inacabada e causando transtorno no transito até hoje.

O Movimento continuará nas ruas. Porque algumas pessoas mais tacanhas acreditam que apenas as reivindicações do povo "atrapalham" a vida de alguém?"

Tadeu Guerzet


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segunda-feira, 8 de março de 2010

Quem é o réu?

Economistas, filósofos, sociólogos e entusiastas de plantão proclamam a superação do capitalismo por ele próprio. As análises contorcionistas (mais otimistas) constatam uma “elevação do padrão de vida da humanidade”. Tudo isso é creditado à reestruturação produtiva, ao avanço tecnológico, aos celulares que tiram fotos, carros com câmbio automático, brinquedos que falam, computadores portáteis, pseudo-melhorias nas condições de trabalho, e de uma manipulação estatística que transforma em “prosperidade” termos como “supérfluo”, “descartável” e “efêmero”.

Contrariando os “advogados do diabo”, que saltam de alegria a cada publicação dos altos índices de lucratividade semestral da CVRD (Bradesco, Monsanto, etc), e aos que comemoram o bom momento do mercado financeiro, temos a fotografia de uma realidade menos morta, escancarada por Ricardo Antunes em seu artigo “Karoshi Tropical”.

O Karoshi é um “acometimento fatal por sobre-esforço, sendo considerado uma doença relacionada ao trabalho e que freqüentemente está associada a longos períodos de horas trabalhadas”, fenômeno constatado no Japão, mais ou menos no período em que um novo padrão de acumulação surgia no mundo. Significa “morrer de trabalhar”, ou algo parecido com “estafa”. Fugindo a qualquer coincidência, a terra do Toyotismo é a única do mundo a possuir um termo lingüístico para definir “morrer de tanto trabalhar”, ou seja, “Karoshi”.

O primeiro caso registrado de Karoshi deu-se em 1969, no Japão, quando morreu um trabalhador de 29 anos por infarto, distribuidor de jornais da maior empresa japonesa do ramo. A notícia popularizou o termo Karoshi e o Ministério do Trabalho Japonês, sob pressão, começou a publicar as estatísticas de 1980 a 1987 e estas apontam para o fato de que o Karoshi privilegiava quanto à sua sintomatologia terminal: os ataques cardíacos e os acidentes vasculares cerebrais (AVCs), atingindo principalmente aqueles que trabalham mais de 3000 horas/ano.

No ano de 2003, foram 157 mortes por Karoshi no Japão, além dessas, ocorreram 155 casos de funcionários com disfunções cerebrais e doenças cardíacas originadas pelo prolongado número de horas trabalhadas. Das 312 vítimas do excesso de trabalho, 297 eram homens, a maior parte em torno de 50 anos e empregados em setores como transporte e comunicações. A estatística revelou, além disso, que em 2003 foi recebido um recorde de 438 solicitações de indenização por casos de distúrbios mentais, depressão ou suicídios ocasionados pelo excesso de trabalho, uma alta de 97% em relação ao ano anterior.

Além dos homicídios dolosos na lista de crimes do trabalho, existem seus casos culposos. Portanto, não se sintam seguros! Cerca de 3.000 pessoas se suicidam por dia no mundo, uma a cada 30 segundos. A Organização Mundial de Saúde (OMS), por ocasião do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio declarou: "A porcentagem de suicídios aumentou em 60% no mundo durante os últimos 50 anos, e o aumento maior foi registrado nos países em desenvolvimento".

Dentre as listas de enfermidades do capitalismo moderno, temos ainda os cinematográficos casos de massacres estudantis nas escolas que crescem torrencialmente. Para não falar dos casos mais célebres, nos EUA, registram-se também eventos quase hollywoodianos de amoque no Japão, Escócia, África do Sul e Alemanha. Nos anos de 1999, 2000, 2001 e 2002, em que jovens de, respectivamente, 15, 16, 22 e 19 anos, se envolveram em massacres escolares. Na chacina de Erfurt, por exemplo, quase todo o corpo docente, foi dizimado a tiros!

Esses não podem ser considerados como “casos isolados”, mas resultados de uma microexplosão social. Um fenômeno periódico, resultado do que viemos praticando nas escolas, na faculdade, nos bancos, nas linhas de produção e em todo o mundo. Transformando seres em máquinas produtivas abstratas, empresários de si mesmos sem nenhuma garantia, competições fratricidas, necessidade de auto-afirmação. Uma estrutura econômico-social que explora até o tutano do trabalhador/técnico/profissional, ou seja lá que nome que cada um prefira usar ou que ache mais adequado. O capitalismo é o réu.

No Brasil, diferentemente do Japão, o Karoshi se manifesta nas formas de trabalho mais primitivas e pesadas. O debate recente acerca do biodíesel e do etanol, levantou a questão das relações de trabalho nos canaviais brasileiros. E como estamos no país do carnaval? No país que se vangloria por ter conceito de primeiro mundo em cirurgias plásticas, mas que mata e escraviza pessoas nas masmorras de seus plantations em nome do tão defendido “agronegócio”, reflete a contradição de nosso subdesenvolvimento, como um entruncamento na cadeia evolutiva do capitalismo mundial. Uma sociedade “ornitorrinco” como nos ajudou o professor Chico Oliveira. Uma sociedade comparada a um mamífero, aquático, que põe ovo, tem rabo de castor e bico de pato. Eis aqui aonde viemos parar e onde essa onda nos trouxe!


Tadeu Guerzet

sábado, 27 de fevereiro de 2010

De lá pra cá, 40 Maios se passaram...

“O que aconteceu lá na França, vai mudar nossa dança”
(Raul Seixas, trecho da música “Cachorro-urubu”)



Não temos dúvida alguma de que o século XX, assim como afirma o professor Valério Arcary, foi o século mais revolucionário da história. Contabilizamos dezenas de revoluções, sublevações e insurreições. Listamos todos os motivos que as levaram à vitória ou à derrota, como se seus personagens protagonistas estivessem munidos com tal leque de opções, ou pior, como se a história fosse um simples leque de opções.

O significado físico-clássico da palavra “revolução” é o de “volta” em torno de um eixo, o dialeto político adaptou o conceito às grandes transformações bruscas na sociedade. Porém, devemos nos desapegar um pouco do conceito de revolução baseado somente em tomada de poder. Não temos dúvida de que aquele fatídico Maio de 1968 foi uma revolução, embora não tenha se concluído com a derrubada de Charles de Gaulle. Nenhum mês, nem mesmo o outubro, mexe tanto com o imaginário popular, canções, poesias etc. Nenhum acontecimento (nem guerras, nem revoluções, nem a chegada do homem à lua) alterou tanto o comportamento de uma juventude.

“Maio de 1968” não é uma data, foi arrancado do calendário e passou a ser um acontecimento.

Acontecimentos históricos paralelos foram verificados nesse ano; como a invasão da Tchecoslováquia por tropas soviéticas, a ofensiva do Ted no Vietnam, aperto da ditadura no Brasil com o AI-5. Por esse ponto de vista, nenhum ano do século XX se compara ao de 1968. Por isso alguns autores se referem a ele como “os anos 68”.

Os estudantes franceses se posicionavam contra a reforma universitária de lá. Mas tudo começou com uma ocupação no conselho da universidade. Os estudantes protestavam contra o impedimento dos meninos transitarem pelos alojamentos femininos e vice e versa. Ou seja, tudo começou com a exigência das visitas íntimas, e alguém acha isso pouca coisa? Obviamente a pauta foi avançando, passando a exigir melhores condições de estudos, fim da repressão do estado, fim do conservadorismo nas instituições de ensino, fim da guerra do Vietnam etc. e etc.

Da mesma forma que alguns acreditam que o que levou os estudantes de Vitória a somarem 5000 cabeças pela Reta da Penha em 2005 foi a truculência policial, muitos acreditam que a maneira como as manifestações francesas foram reprimidas foi o que levou milhões de estudantes a se colocarem em greve estudantil e entupirem as ruas de Paris, e mais, acreditam que isso levou os sindicatos e desempregados a aderirem a causa.

Se a afirmação de que a truculência causa tanta indignação ao povo ultrapassa gerações, então estamos falando que o povo é sim capaz de se mobilizar e aderir à luta, e mais, estamos dizendo que o povo tem coragem de enfrentar a pior das truculências: A truculência da classe dominante e de seu aparato policial.

O saldo na França foi mais de um milhão de pessoas nas ruas, mais de 300 fábricas paradas, 10 milhões de trabalhadores em greve, duas semanas de economia PARALISADA. A maior explosão criativa já vista em uma manifestação com pichações como: “Deixem o medo do vermelho aos animais com chifres”, “Sejam realistas, exijam o impossível”, “A barricada fecha as ruas, mas abre os caminhos”, “não confie em ninguém com mais de 30 anos”, “é proibido proibir”, “Os muros possuem orelhas, vossas orelhas possuem muros” etc. Manifestações ao redor do mundo como Alemanha, Itália, EUA, Brasil e México, que culminou com o massacre de Tlatelolco. Um ano depois, a insustentabilidade política de Charles de Gaulle.

Seu esvaziamento? Muitas causas podem ser apontadas também, as concessões de de Gaulle; a capitulação do PC; a desarticulação dos comitês de greve, que falavam mais em “vazio de poder” do que em “dualidade de poder” (algo parecido com a bobagem zapatista de se “mudar o mundo sem se tomar o poder”); não havia um programa de mudanças estruturais, mas o que se podia esperar? Ninguém tirou aquilo da cartola da história, e como se preparar para uma coisa que ninguém esperava?

Alguns, como Elio Gaspari, acreditam que tudo isso foi negativo, pois “colocou água no moinho do autoritarismo e prolongou as ditaduras”. De fato, isso é verdade. Mas não é toda a verdade! De lá para cá o mundo não foi mais o mesmo. Para quem acha que Woodstock, como ápice da cultura hippie, impactou a humanidade mais fortemente que o Maio de 68, esquecem-se de considerar que o próprio festival (realizado em 69) absorveu os ares do que havia acontecido um ano antes na França. Isso para não considerá-lo precipitadamente até mesmo como uma conseqüência do Maio francês.

A maneira com que se passou a encarar a diversidade no mundo e nos parlamentos, a maneira com que a juventude passou a ser tratada (que ainda não é a ideal, mas parou com esse negócio de sermos pré-cidadãos), as conquistas sociais. Outros setores da sociedade passaram a ser considerados agentes sociais, atores da transformação, e não só o operariado e o campesinato. Isso se trata de uma mudança também teórica para o marxismo. Seria difícil imaginar o mundo sem tudo isso.

Espontaneísmo e contestação!


Ainda hoje em nossas manifestações em defesa da universidade pública ou pelo passe livre e por redução no preço das passagens de ônibus, é inevitável lembrarmos e imaginarmos como deve ter sido aquela primavera Parisiense. Uma manifestação que não eternizou líderes, uma manifestação que, talvez pela falta de líderes, tenha se finalizado da mesma forma que começou, sem uma estratégia concluída. Enfim, uma manifestação que merecia resultados objetivos muito maiores que os alcançados. No entanto, não devemos subestimá-la como o fez de Gaulle em seu início ou como faz Gaspari hoje. O maio de meia-oito foi um mês que ainda não acabou. Não nos enganemos, nossa geração é herdeira daquela luta.


Tadeu Guerzet

sábado, 20 de fevereiro de 2010

DESEMPREGO, TRABALHO E EDUCAÇÃO PARA A JUVENTUDE NO QUADRO DA INFORMALIDADE CRÔNICA

No debate acerca do mundo do trabalho convencionaram- se chamar de “informalidade” os postos de trabalho que não cumprem os requisitos formais empregatícios e que não recebem garantias legais. Em geral são aqueles postos de trabalho do pequeno comércio informal, ambulante, da prestação de serviços autônomo ou do emprego temporário. Como diz o professor da USP Franscisco de Oliveira, a informalidade é um termo ainda carregado de apelo ideológico. Não existe possibilidade de superação nos marcos do modo de produção capitalista no regime da dominância financeira e na era da predominância do capital fictício.

Durante a década de 90 no Brasil assistimos a bancarrota do trabalho. Diante da contradição primária do sistema capitalista, a luta Capital x Trabalho, o capital tem sido quem desponta com muitos pontos de vantagem no Brasil. Com o advento do plano real, o desmantelamento de postos de trabalho ocasionados pelo baixo crescimento e as privatizações encontrou um ponto crítico. Mesmo os apologétas do capitalismo admitiam que o desemprego era endêmico, estrutural, infalível e abissal.

Das diversas mentiras apregoadas pelo “choque de modernidade”, destaco o falsário discurso da técnica, da qualificação. O capital pressupôs que seria necessário cada vez maior qualificação para ser inserido num mercado de trabalho cada vez mais exigente. Quando que, na verdade, nunca foi preciso uma qualificação real para ocupar os postos de trabalho disponíveis para a maior parte da classe trabalhadora, mesmo a formalmente alocada, onde as maiores exigências são saber ler e interpretar minimamente as orientações da máquina, do software, ou, quando muito, realizar determinada função facilmente adestrável.

O discurso da técnica escamoteia, na verdade, o fato de que o capitalismo é incapaz de absorver e dar garantias para a mão-de-obra excedente, putrefando o exército industrial de reserva e a super-populaçã o-relativa. As garantias de outras épocas, desapareceu, foi substituída pelo just in time, pela negociação direta e pela frieza do serviço de proteção ao crédito.

Este discurso falsário transformou o ensino-cultura num pregão nas universidades. O tempo de sala de aula foi superestimado, é a mais-valia discente. Quantidade de “horas/aula-assistidas”. Tempo de serviço prestado à “sociedade” no quadro negro. De um lado o fordismo do sistema de ensino, do outro lado o fim dos espaços de vivência/culturais nas universidade, o fim da interdisciplinaridade, o surgimento de uma nova arquitetura que privilegia paredes, cadeiras acolchoadas (para se ficar muito tempo sentado, ouvindo) e sem nenhuma arte, vidros fumê, escadas sobre-salas, data-show e etc. Do outro, o discurso inflama o tumor do ensino privado tornando a metástase dos cursos compartimentalizados mais vigorosa, cada vez mais “curso superior em engenharia de cálculo petrolífero de plataformas do Atlântico sul”ou “administração com ênfase na produção de sapatos no ABC paulista” e coisas do tipinho. Pode parecer engraçado, mas na Estácio de Sá-RJ existe curso de engenharia aeronáutica com habilitação em aeronaves com asas fixas, curso superior de estética, para secretariado executivo trilíngue, para gestão de segurança privada e etc.

O quadro econômico sustentado por este discurso gera a demanda que o mercado das carteiras escolares superiores tanto precisava. Sub-cursos, gerando sub-profisionais para ocupar os mesmos empregos e para desempenhar uma função de igual natureza, porém repaginada, minuciosa, sem uma visão totalizante do processo produtivo. É um facilitador do processo de alienação descrito por Karl Marx nos Manuscritos- economicos filosóficos. Não se trata de um trabalhador do ramo de tecidos, alfinetes ou sapatos que não enxerga o seu trabalho no produto final, se trata de um complexo produtivo que absorve e faz “desaparecer” o esforço de milhões que não enxergam seu trabalho (administrativo, técnico, pesado, leve, informatizado, de transporte, de logística, de armazenamento, de insumo etc..etc...etc) no produto final bem pudera,o que já era difícil foi dificultado por uma formação superior cada vez mais micro-localizada.

Obviamente esta catástrofe atinge a juventude no peito (e no bolso). No Brasil, 66% dos jovens trabalham ou procuram trabalho. 21% apenas estudam e 13% não estudam, não trabalham e não procuram trabalho. 60% da juventude vivem em com a renda familiar per capita de um salário mínimo. 40% dos jovens desempregados estão abaixo da linha da pobreza.

Dos jovens que trabalham, a imensa maioria está na informalidade, 40% exerce jornada de trabalho superior a 44h. De outubro de 2008 à fevereiro de 2009 foram desfeitos 17.000 postos de trabalho para a faixa etária entre 18 e 24 anos. Entre 25 e 29 foram quase 200.000.

As políticas públicas amenizam esta catástrofe, embora não signifiquem um modo eficaz de superação do problema. A única saída é a superação do regime. Do modo de produção, reprodução e apropriação de riquezas no mundo.

Ao PSOL, cabe ultrapassar as dificuldades para se afirmar na conjuntura como um partido de musculatura e capaz de enfrentar a falsa polarização PT e PSDB. Ao mesmo tempo, se manter firme aos seus ideais e programa socialistas. Uma tarefa difícil mas que precisamos resolve-la com arte.

Tadeu Guerzet